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Aluno de ADS cria linguagem de marcação com Haskell

O próprio TCC de Miguel Aguiar tem sido elaborado com o uso da linguagem

por Equipe Web , em 24/03/2025

Miguel Aguiar, 20, aluno concluinte no nosso curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, criou uma linguagem de marcação para aplicação em produção acadêmica, o Markers. Com o embasamento adquirido ao longo do curso, unido à sua vontade já antiga de fazer a diferença na área tecnológica, ele começou a estudar e pesquisar até receber a orientação formal para o seu Trabalho de Conclusão de Curso do prof. Alexandre Garcia. Sua produção acadêmica, toda elaborada no Markers e em língua inglesa, é certamente de destaque, e merece o reconhecimento aqui na seção de Estudantes Brilhantes.

Em entrevista, ele nos conta um pouco de sua trajetória até a faculdade e durante a sua graduação, para explicar mais sobre sua criação. Confira:

Profa. Vanina Sigrist (Web): Miguel, primeiramente, seria interessante que você nos contasse um pouco de sua trajetória familiar e escolar antes de chegar à FatecRL.

Miguel: Antes de começar a estudar na FATEC, eu já era muito interessado na área de tecnologia. Estudei em escola pública, na E.E. Dona Luiza Macuco. Comecei com estudos na área de forma autônoma aos meus 14 anos, com base na tentativa e erro na época, tentando achar e entender alguns materiais que encontrava pela internet; minha família sempre me deu uma boa estrutura para me ajudar nos meus estudos e pesquisas, me ajudando com livros e cursos o que me permitiu adquirir ainda mais conhecimento na área no meu período antes da faculdade.

Profa. Vanina Sigrist (Web): Por que você optou pelo curso de Ads?

Mighel: Era o curso que eu mais queria entrar! Lembro de ver uma matéria no jornal sobre o curso quando era bem mais novo, e de virar para minha mãe e falar "quero fazer faculdade ali!". Por fim a oportunidade realmente chegou, e eu pude finalmente entrar na FATEC e fazer o tão famoso curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Claro que meu interesse por aprender ainda mais da área me ajudou a dar o último passo para prestar o vestibular, e então consegui entrar e agora sou aluno!

Profa. Vanina Sigrist (Web): Como surgiu a ideia de desenvolver um TCC em programação e qual a motivação para criar o Markers?

Miguel: Normalmente os alunos costumam fazer bons projetos de CRUD, com cadastro de usuários - tal como um banco de dados de filmes, ou uma nova versão da nossa plataforma acadêmica, o SIGA. Você não vê muito do pessoal escolhendo fazer uma linguagem do zero (risos). A ideia veio de forma espontânea para mim, enquanto fazia um trabalho de Metodologia Científica. Eu pensei - "não seria legal se tivesse uma linguagem que fizesse toda essa formatação por mim?", e desde então comecei a desenvolver a linguagem de pouco a pouco. Minha principal motivação foi simplificar a criação de trabalhos, documentações e artigos acadêmicos - além de também criar um formato simples e moderno para compartilhar conhecimento no geral. Tive inspirações de nomes como o Ted Nelson, que inventaram o primeiro conceito de Hipertexto - que era para originalmente ser algo mais focado no compartilhamento de artigos. Desde então o Markers se tornou não apenas uma linguagem, mas também a ideia de um ecossistema que serviria como alternativa para serviços pagos como o Google Docs ou o Microsoft Word, simplificando e centralizando materiais de estudo e artigos.

 

Profa. Vanina Sigrist (Web): Como foi todo esse processo? Provavelmente com certos desafios também, não?

Miguel: Sim, e muitos! O Markers foi desenvolvido na linguagem Haskell, uma linguagem que eu nunca havia mexido antes e aprendi com ajuda de meu orientador, Alexandre Garcia. O Haskell é uma linguagem muito mais "matemática" que o normal, e eu sou péssimo em matemática (risos). Também tive que estudar não só a linguagem, como também tive que estudar sobre _Parsers_, _Lexers_, pensar na melhor forma de ajustar cada tag para que fosse o mais simples possível. É um trabalho duro que é essencialmente infinito quanto mais idéias vão surgindo. Até mesmo agora que desenvolvi o aplicativo web para escrever os arquivos na hora, ele possui alguns bugs no qual ainda tenho que corrigir. Ainda assim, é sempre recompensador conseguir terminar uma tag ou corrigir um bug. Trabalhar no Markers é extremamente gratificante, mesmo com todos os desafios.

 

Profa. Vanina Sigrist (Web): O que Markers exatamente faz e quais suas principais contribuições para o desenvolvimento acadêmico?

Miguel: O Markers é uma linguagem de marcação destinada a documentação e artigos acadêmicos. Você pode imaginar ele como uma alternativa ao HTML ou Markdown. Ele é como uma linguagem de programação destinada para textos, onde você tem pequenas tags que mostram de uma outra forma ao programa interpretar elas. Acredito que sua atual principal contribuição é a habilidade de criar um artigo ABNT de forma perfeita, utilizando apenas de suas tags, fazendo com que um aluno não precise se preocupar com margens, sumários, posicionamento de texto ou qualquer outra coisa e se dedique apenas no conteúdo.

 

Profa. Vanina Sigrist (Web): Acredito que você não vá parar por aí... O que pretende ainda criar?

Miguel: Com certeza! Como mencionei anteriormente, gostaria de transformar o Markers em um ecossistema similar ao que temos com o Google Docs, onde podemos compartilhar arquivos tanto publicamente quanto para pessoas escolhidas. Também quero adicionar ainda mais suporte para outros formatos de artigos acadêmicos no Markers, além de também adicionar tags matemáticas, suporte para LaTeX e vários outros formatos. Ainda tem bastante coisa para o futuro!

Profa. Vanina Sigrist (Web): Para encerrar, Miguel, que conselhos você daria para alunos de Ads e cursos correlatos em vias de desenvolver suas pesquisas do TCC?

Estudem e se dediquem ao que gostam! Por mais absurdo que um projeto possa ser, ou o quão bobo possa parecer no papel, eu garanto para vocês que se dedicando ao que quiserem fazer os resultados serão incríveis. Não tenham medo de sonhar alto! Por exemplo, querem criar uma linguagem de programação? Estudem e vão conseguir chegar nesse objetivo. Conversem com professores e mentores, tirem duvidas, pesquisem bastante e não fiquem decepcionados caso alguém duvide de suas habilidades ou não vejam esperança em seu projeto, mantenha a cabeça erguida e continuem fazendo o projeto que vocês sonham!

Profa. Vanina Sigrist (Web): Agradeço demais pelo seu tempo, e lhe desejo ainda mais realizações e conquistas. Até a próxima!