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O machismo que programa mulheres a não programar

Texto produzido por: Luiz Vecchi, Melissa Cruz, Paula Miano, Sergio Peres.

por Equipe Web, em 25/09/2020

O que faz com que ainda haja poucas mulheres em áreas tecnológicas, como a de programação?

 

Falemos de dois motivos derivados do machismo estrutural. Primeiro, a ideia rígida ainda corrente de que há brinquedos e brincadeiras certas, a depender do gênero da criança, influencia a escolha profissional da menina, desestimulando as carreiras técnicas. Em pesquisa da socióloga da Unicamp Bárbara Castro, quando perguntado aos homens que trabalham com tecnologia o porquê optaram por essa carreira, eles entendem a escolha como natural, derivada do interesse nos games e computadores desde meninos. A resposta das mulheres, por sua vez, traz o intermediário masculino, pai, irmão ou namorado que trabalha na área.

 

Os números mostram como crescer menina é decrescer em autoconfiança. Segundo o site de apoio a mulheres na tecnologia, programaria.org, na escola, 74% das meninas demonstram interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, mas quando chega a hora de escolher uma graduação, apenas 0,4% delas escolhem cursos relacionados à informática, como Ciência da Computação.

 

O segundo motivo é o ambiente de trabalho que, mesmo quando não hostil, é pouco propício ao desenvolvimento dessa profissional. É de conhecimento geral que as mulheres ganham menos, mesmo quando são mais qualificadas, e que existe uma certa preferência dos recrutadores por contratar homens. Além disso, muitas vezes o próprio dia a dia do trabalho afasta a programadora de produzir e aprimorar tecnologia. Isso se dá quando a empresa contrata mulheres formadas na área, mas as coloca em funções burocráticas, como efetuar cotações e vendas de materiais de informática. Mesmo quando a mulher trabalha com programação, quando há necessidade de atender o cliente em um problema do sistema in loco, é comum ser um colega homem o selecionado a ir a campo.

 

Fontes: www.programaria.org/; https://azmina.com.br/ e guiadoestudante.abril.com.br/