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Nos cursos voltados à tecnologia, todos possuem disciplinas que visam oferecer um reforço ao raciocínio lógico matemático logo no primeiro semestre. Isso acontece porque por trás da lógica da programação, da criação de algoritmos e de tantas outras disciplinas formadoras do cabedal de conhecimento técnico tão essencial para formação do profissional tecnólogo, existe uma antiga inimiga de muitos calouros, em sua maioria oriundos de um ensino médio defasado, que é a matemática.

Claudio de Moura Castro, em seu livro “Os caminhos tortuosos da educação brasileira”, afirma que o processo de ensino da matemática tem problemas que já são crônicos e que, ao longo de muito tempo, convivemos com duas matemáticas: uma que nasce da necessidade e esforço de mensurar o mundo a nossa volta e uma segunda que nasce com a abstração das fórmulas e teoremas que dispensam a realidade para existir. O autor diz ainda que a grande maioria das escolas ensina essa segunda matemática, e o grande problema nisso é que a maioria dos alunos precisam da primeira, ou seja, de uma matemática voltada para resolução de problemas concretos da vida real.

Segundo estudos feitos com base nos dados do Saeb, de 2007 a 2017, o aprendizado de matemática dos estudantes de 3º ano do ensino médio caiu 0,7 ponto percentual no Brasil. O estudo aponta ainda que esses alunos se formam sabendo menos que os estudantes formados na década anterior. Essa é uma questão social importante, tanto para os que ingressaram ou pretendem ingressar em um curso superior de tecnologia, quanto para os professores que recebem esses alunos e são convidados ao ingrato desafio de oferecer subsídios que possam capacitá-los a suprir suas próprias limitações, que paralisam o seu progresso no entendimento das disciplinas que os formarão como futuros profissionais.

Texto produzido por: Vanessa Oliveira, Dênis da Silva, David Silva dos Santos, Flávia Santos de Freitas e Lucas dos Santos Santana.